domingo, 8 de novembro de 2009

A postura e o YOGA


Terça-feira, 10 de novembro de 2009

Hoje falarei de um assunto muito discutido por nós fisioterapeutas, a Postura. Infelizmente poucas pessoas tem conhecimento da grande influencia da nossa POSTURA sobre o corpo e sobre nossas vidas, seja no plano fisico como tambem no emocional.
Algumas pessoas tem dores pelo corpo devido a problemas posturais.Na fisioterapia o tratamento das alteraçoes posturais/ má postura é feito com RPG e pilates.

Com tristeza ja acompanhei pacientes que passaram por uma consulta médica e receberam erroneamente apenas um tratamento medicamentoso, sem pedido de exames ou da Avaliaçao Postural, que detecta essas alteraçoes. Trouxe para voces um pequeno trecho de um livro sobre a postura e a correção postural com a pratica de YOGA.

Saliento a necessidade de uma equipe multidisciplinar, formada pelo médico ortopedista, o cirurgião dentista e o fisioterapeuta, pra realizarem juntos o diagnóstico e o tratamento de tais alterações. Felizmente alguns profissionais ja trabalham em equipe, assim o resultado vem mais rapido e com menor recidiva(*).
Ate Breve....



* é o retorno da atividade de uma doença.


Relação POSTURA X YOGA:

A má postura(1) cansa e rouba energia do corpo, além de criar pontos de hipertonia(2) e hipotonia(3) muscular. Também ocasiona compressões e tensionamentos que desencadeiam, em maior ou menor grau, desequilíbrios que nos atingem não só no plano físico, mas também no emocional.

Apresentando contrações exageradas e crônicas, a hipertonia provoca tensões e pressões internas indesejáveis, má circulação e fibrose(4) nos órgãos e músculos que por isso se tornam mais vulneráveis a traumatismos. A hipotonia muscular, caracterizada por contrações abaixo do normal, torna a circulação do sangue lenta e insuficiente, favorecendo problemas de eliminação, nutrição e oxigenação nos órgãos, músculos e tecidos corporais em geral. Já a boa postura resulta de um equilíbrio muscular e articular harmonioso, envolvendo o corpo todo.
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(1) Postura: é o alinhamento do corpo quando estamos em pé.
(2) Hipertonia muscular: acontece quando um músculo permanece excessivamente tensionado ou contraído.
(3) Hipotonia muscular: acontece quando um músculo permanece menos tensionado do que devia, ou flácido.
(4) Fibrose: ocorre quando o tecido muscular é substituído por tecido de sustentação, rico em fibras, com consequente encurtamento e enrijecimento dos músculos.
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Quando estamos habituados a posturas defeituosas e antinaturais, é necessário realizar um trabalho de reeducação corporal até que o normal se torne novamente natural. A musculatura esquelética(5) forma um conjunto em que cada parte influencia o todo, e o seu equilíbrio é fundamental para uma boa postura. Por exemplo, a musculatura das pernas e da região pélvica influencia fortemente as curvas da coluna vertebral,(6) que estão mais acima, a saber, lombar(7), dorsal(8) e cervical(9), assim como o posicionamento dos ombros. Cada músculo não deve estar nem menos, nem mais contraído que o conjunto do corpo.

As articulações precisam ter boa mobilidade e os movimentos devem ser feitos sem contrações musculares desnecessárias. A vida excessivamente sedentária e agitada nas grandes cidades, a respiração geralmente curta e superficial, ao lado de hábitos corporais viciosos que prejudicam a boa postura perturbam, de alguma forma, o funcionamento do organismo como um todo, com repercussões nos diversos aspectos da nossa vida que podem causar grandes transtornos.
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(5) Musculatura esquelética: é a musculatura que movimenta o corpo.
(6) Coluna vertebral: eixo de sustentação do esqueleto. Compõe-se de 33 vértebras: sete cervicais; doze dorsais; cinco lombares; cinco sacras; quatro coccígeas (Fig. 1).
(7) Lombar: região da coluna na altura da cintura, composta por cinco vértebras.
(8) Dorsal: região da coluna lombar entre as escápulas (omoplatas), composta por doze vértebras.
(9) Cervical: região da coluna composta por sete vértebras, que vão desde a base do crânio até a parte alta das escápulas.(10) Vértebras: são os ossos que compõem a coluna. ...
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A coluna vertebral sustenta o corpo na posição ereta. O seu movimento é tridimensional, sendo capaz de flexionar-se para a frente, para trás e para os lados. É composta por um conjunto de vértebras(10) sobrepostas umas às outras, articuladas entre si de forma a facilitar nossa locomoção e movimentação. Do ponto de vista evolutivo, trata-se de uma estrutura complexa ainda não completamente adaptada à postura bípede do ser humano e menos ainda às condições da vida moderna sedentária.
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Determinada por nossa estrutura física, herança genética, pela imitação, por influências socioculturais, fatores psicológicos e hábitos em geral, nossa postura não só reflete como até certo ponto também cria e condiciona uma disposição física e um estado emocional pela repetição de padrões dinâmicos(11) e estáticos.(12)... ...
O corpo humano possui uma surpreendente capacidade de recuperação e autoregulação (homeostase), precisando, na grande maioria das vezes em que há problemas, apenas dos estímulos corretos para ficar bem. Para isso, a prática do Hatha Yoga pode representar valiosa ajuda..
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Para pessoas com mais idade, quando bem dosados, os exercícios são especialmente benéficos na osteoporose(13) e na artrose(14), pois aumentam a força muscular e melhoram a disposição física. Além disso, desequilíbrios posturais que extrapolam os limites biomecânicos(15) do corpo causando cansaço crônico, aumentando a irritabilidade e favorecendo instabilidades emocionais são significativamente reduzidos com a prática do Yoga.
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Por meio de uma ação direta sobre os órgãos internos, o sistema hormonal e os sistemas nervosos voluntário(16) e autônomo,(17) além do bem-estar físico que proporciona, a prática dos ásanas combinada com pranayama(18) e meditação(19) pode ser bastante benéfica para a estabilidade emocional, sendo particularmente eficiente em casos de depressão, ansiedade, bulimia(20) e anorexia nervosa.(21)

(11) Padrões dinâmicos: referem-se à maneira como nos locomovemos e movimentamos o nosso corpo, com passos curtos ou longos, lenta ou rapidamente, e assim por diante.
(12) Padrões estáticos: referem-se aos hábitos posturais, como manter as costas arqueadas, ou retas demais, travar os joelhos na posição em pé etc.
(13) Osteoporose: descalcificação excessiva dos óssos, tornando-os frágeis e quebradiços.
(14) Artrose: degeneração articular..
(15) Biomecânica: processo de funcionamento de um ser vivo. No caso, o corpo humano.
(16) Sistema nervoso voluntário ou somático: interage com o meio ambiente à sua volta.
(17) Sistema nervoso autônomo ou visceral: diz respeito à vida vegetativa, isto é, ao funcionamento do organismo.
(18) Prana, em sânscrito, significa energia e ayama quer dizer controle, contenção. Pranayama se refere às práticas respiratórias destinadas a alterar a circulação de energia do e no organismo.
(19) Meditação: reflexão, auto-observação.
(20) Bulimia: doença que leva a pessoa a vomitar aquilo que acabou de comer.
(21) Anorexia nervosa: doença em que a pessoa deixa de se alimentar por se achar gorda demais, mesmo estando magérrima.

Algumas pessoas questionam se o yoga combina com o jeito ocidental de viver e a sua constante exigência de ação, competitividade e produtividade. A resposta é sem dúvida sim, porque praticando yoga aprendemos a acumular energias, tanto físicas como mentais, de maneira eficiente para enfrentar os desafios da vida. Diferentemente da ginástica ocidental que, em geral, gasta energia de forma administrada, o Hatha Yoga é uma prática energizante, revitalizante e harmonizadora.
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O nosso corpo é o instrumento fundamental que temos para enfrentar a vida. Quando não está no seu melhor estado de funcionamento, em algum grau o nosso relacionamento com o mundo será comprometido...
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CORREÇÃO POSTURAL
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Por depender de fatores físicos, biomecânicos, do estado de saúde como um todo, de fatores socioculturais, profissionais e emocionais, a nossa postura e a maneira como nos movimentamos podem tornar a correção postural um processo difícil e trabalhoso, que deve ser conduzido por um profissional especializado ou até mesmo, em certos casos, por uma equipe multidisciplinar.
No entanto, agindo cautelosamente, o praticante de yoga atento pode avançar muito posturalmente, valendo-se da prática de posições do yoga.
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De um ponto de vista estritamente corporal, a correção da postura gira em torno de cinco procedimentos básicos. São eles:
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1) Alongamento e fortalecimento musculotendíneo da parte posterior do corpo, a chamada cadeia muscular postural posterior.
2) Alongamento e fortalecimento musculotendíneo da parte anterior do corpo, a chamada cadeia muscular postural anterior.
3) Fortalecimento da musculatura abdominal.
4) Alongamento e fortalecimento da musculatura anterior das coxas (quadriceps).
5) Ampliação da capacidade respiratória, especialmente da expiração.
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A maioria dos trabalhos de correção postural se desenvolve a partir desses cinco procedimentos básicos.

YOGA POSTURAL - Corrrigindo a Postura com a Prática do Hatha Yoga (Silvio Camargo)
Editora: Pensamento-Cultrix




10/11/09 Posted by S. Bisello

sábado, 7 de novembro de 2009

Revista VEJA - Materia sobre o yoga

Domingo, 08 de novembro de 2009

Calcula-se que existam hoje no Brasil mais de 5 milhões de iogues. Só nos dois primeiros meses do ano, a procura por aulas aumentou 20% no país em relação ao mesmo período do ano passado. Uma combinação de fatores populariza a ioga. “Estudos mostram que ela ajuda a diminuir o ritmo cardíaco, a regular o sistema respiratório e a reduzir a pressão sanguínea”, diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, do Instituto do Coração, em São Paulo. Por isso, ela entrou para o receituário médico como forma de prevenir doenças, por seus efeitos contra o stress, a depressão e a ansiedade. A procura também cresce à medida que aumenta a oferta de modalidades. Algumas estão bem longe do propósito original de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo, como dizia aquele hino hippie dos anos 70. Há até aula de ioga embalada por música pop. Dos cerca de quarenta tipos de ioga praticados no país, pelo menos 25 são exercícios mais vigorosos. E é justamente isso o que está atraindo mais jovens e os homens às aulas de ioga. Entre o público masculino, a adesão à prática cresceu 50% nos últimos quatro anos. Com a ajuda de especialistas, VEJA traçou o perfil das seis modalidades mais difundidas no Brasil e aponta as circunstâncias em que cada uma delas é indicada.

Ashtanga O que é: a modalidade preferida de Madonna e Sting é uma das mais desafiadoras – trabalha muito força e flexibilidade. A aula é composta de uma série frenética de cerca de 25 posições, praticamente sem descanso entre elas, que inclui inversões e torções abdominais. Uma técnica específica de respiração faz com que o corpo produza calor. A ideia é aumentar a transpiração para queimar toxinas. As posturas costumam exigir a contração dos músculos da região pélvica, o que requer maior esforço físico Grau de dificuldade: alto. Até as classes para iniciantes são difíceis de acompanhar Para quem é mais indicada: para pessoas que já fazem algum tipo de exercício físico vigoroso, esportistas e dançarinos. Por aumentar muito a frequência cardíaca, os médicos não a recomendam a quem é hipertenso ou diabético Comentário: prepare-se para suar em bicas. O ideal é começar a aula no mínimo três horas depois de uma refeição leve. As contrações musculares e a respiração podem causar enjoo durante o processo de digestão. Pelo mesmo motivo, os especialistas desaconselham a ingestão de líquidos em excesso antes da prática. Como a sequência de exercícios dificilmente se altera, a aula pode se tornar um tanto repetitiva.

Iyengar O que é: uma espécie de ioga de sustentação. A ideia é manter pelo maior tempo possível as posturas em perfeito alinhamento. Utilizam-se nas aulas materiais de apoio como argolas, almofadas, blocos, cintos e mantas para ajudar o aluno a manter-se corretamente nas posições. A aula é intensa, mas exige bem menos que a de ashtanga. Originalmente, não inclui meditação nem relaxamento Grau de dificuldade: médio. Mesmo com os materiais de apoio, a aula requer força nos membros Para quem é mais indicada: para quem está em busca de uma atividade que melhore o alinhamento da coluna e dos ombros. Por funcionar como um tipo de fisioterapia, a iyengar é indicada ainda para quem se recupera de lesões ósseas e musculares. Ela é útil também para pessoas mais velhas com doenças crônicas como artrite Comentário: o tempo de permanência nas posturas pode chegar a até cinco minutos – dez vezes o tempo-padrão –, o que requer fôlego e resistência física

Vinyasa ou yoga Flow O que é: seu estilo é similar ao da ashtanga, mas não existe uma sequência fixa de posições a ser repetida em todas as aulas. O aluno permanece por cerca de trinta segundos em cada postura, e elas vão se alternando rapidamente, sem descanso Grau de dificuldade: médio. Apesar de a vinyasa ser menos exigente que a ashtanga, a passagem de uma postura a outra requer agilidade e, em alguns casos, força Para quem é mais indicada: para pessoas que procuram uma aula mais complexa, mas consideram monótona a repetição de posturas. Pode ser adaptada a qualquer nível de exercício físico Comentário: é a mais ocidentalizada das iogas. É comum os professores usarem música pop ou lounge para embalar as aulas. Os movimentos rápidos tornam a modalidade menos indicada para quem tem lesões na coluna ou nos joelhos. Os especialistas recomendam fazer sempre uma aula experimental, para medir a resposta do corpo



Hatha O que é: trata-se da linha tradicional, da qual derivou a maior parte das outras modalidades de ioga. É uma aula lenta, que dá ênfase aos exercícios simples de respiração, ao relaxamento e à meditação. A sequência de posturas equilibra força e flexibilidade, de acordo com as necessidades dos alunos Grau de dificuldade: baixo. As classes podem ter níveis mais avançados, mas, ainda assim, a aula não exige muito esforço do praticante Para quem é mais indicada: para quem está começando a praticar ioga ou para quem quer se dedicar mais à meditação Comentário: se você é do tipo que busca o ritmo frenético de academia em uma aula de ioga, esqueça. Essa é uma atividade leve, para não dizer levíssima. Pode ser lenta demais para quem almeja exercícios atléticos ou vigorosos

Power Yoga O que é: uma das modalidades mais atléticas, esse tipo de ioga é uma mescla de estilos como ashtanga e vinyasa. Mais comum nas academias de ginástica, a prática foca, sobretudo, na força muscular e na flexibilidade. Inclui sempre técnicas de meditação e relaxamento Grau de dificuldade: de médio para alto Para quem é mais indicada: para quem busca um treino de força, quer perder peso ou ganhar músculos sem abrir mão da meditação. É pouco recomendada a quem é hipertenso ou diabético Comentário: por mesclar movimentos de várias modalidades, a aula de power yoga trabalha o corpo de maneira bastante completa. Há, no entanto, um risco maior de lesões musculares se ela é mal conduzida. O ideal é certificar-se da formação do professor, especialmente em academias de ginástica

Kundalini O que é: conhecida como a ioga da consciência, seu foco é o desenvolvimento espiritual. Seus seguidores acreditam na liberação de um tipo de energia, a kundalini, que ficaria concentrada na base da coluna. Os mantras e exercícios de respiração podem tomar cerca de 10% da aula, que também tem sequência fixa de posturas. Elas procuram beneficiar a coluna e a circulação no sistema nervoso central Grau de dificuldade: baixo. A aula inclui movimentos mais lentos, sem impacto, e bastante meditação Para quem é mais indicada: para quem está procurando exercícios de atenção e foco. Os especialistas recomendam esse tipo de aula a quem sofre de alergias e outros distúrbios do sistema respiratório Comentário: apesar de a prática ser mais suave, os diferentes padrões de respiração profunda, que devem ser mantidos durante as posturas, exigem esforço do iniciante

Especialistas consultados: Raul Dias dos Santos (cardiologista), Rene Abdalla (ortopedista), Analu Matsubara, Anderson Allegro, Charlie Barnett, Eliane Calado, Guilherme Nascimento, Márcia de Luca, Marilda Velloso e Sotanter Kaur (professores de ioga), e Teresa Camarão e Valéria Mauriz (instrutoras de pilates)

08/11/09 Posted by S. Bisello